Na semana passada participei da conferência da IACP - Associação Internacional dos Chefes de Polícia (International Association of Chiefs of Police) e da INTERSEG - Feira Internacional de Tecnologia, Serviços e Produtos para a Segurança Pública, eventos que se realizaram no pavilhão do “RIOCENTRO” no Rio de Janeiro – RJ. http://www.feirainterseg.com.br/
Estou participando de ambos os eventos há cerca de sete anos (pois acontecem no mesmo espaço) e tenho notado algumas diferenças com o passar dos anos.
Tanto na Conferência quanto no espaço feira da INTERSEG foi muito fácil notar que os frequentadores do evento, os quais são ligados à segurança pública, principalmente integrantes dos órgãos e instituições policiais e de bombeiro (até guardas municipais e empresas de vigilância privada), preferem temas e exposições de equipamentos ligados à repressão, ao combate, enfim com ligação a aplicação, de certa forma, belicista.
Nos auditórios onde os temas das palestras possuíam conotação preventiva haviam poucos participantes (alguns com menos de dez pessoas), já aqueles auditórios onde continham conteúdos voltados, mesmo que indiretamente, com cunho repressivo ou de reação policial, havia uma plateia maior e muito mais atenta.
Igualmente e de forma mais saliente ainda, como já mencionado, ocorreu com a feira de produtos voltados à segurança pública. Os estandes que continham materiais e equipamentos bélicos (armas e munições) e viaturas especiais estavam sempre cheios sendo os mais procurados, com os visitantes participando ativamente, solicitando informações e interagindo com os expositores.
Fiz questão de postar o presente texto justamente para, novamente, chamar atenção dos leitores, como já fiz em outras oportunidades, para o caminho que a segurança pública está seguindo no Brasil, ou seja, o caminho mais repressivo em detrimento de uma linha preventiva que seria, no meu humilde entendimento, o mais recomendável. O que estamos vendo é que tudo o que vem para a repressão policial parece ter prioridade.
Será que esse é o caminho para construção da paz social que a sociedade tanto almeja.
Se um evento de vulto voltado para a segurança pública brasileira como o agora comentado é visto como algo que resolve o problema com mais repressão, então temos que repensar o que está ocorrendo com todos e, sinceramente, penso que o caminho a ser seguido deve ser outro, ou seja, o da prevenção em todos os níveis como prioridade.
A intenção com a presente postagem é proporcionar ao leitor a reflexão do que realmente está ocorrendo no meio policial, principalmente o policial militar que é prioritariamente preventivo através das ações de Polícia Ostensiva, e os riscos que poderão trazer no futuro essa tendência da prevalência da repressão e não da prevenção na resolução dos problemas de segurança pública da sociedade brasileira.
Espero que as coisas mudem e que nas próximas edições de eventos similares os participantes venham a dar a mesma importância para tudo o que é preventivo do que atualmente é dado ao que é repressivo.
Mais prevenção e menos repressão é o caminho podem apostar.
Até aproxima
MARLON JORGE TEZA
Prezado Cel Marlon,
ResponderExcluirNa humilde opinião deste missivista acredito que esse foco na repressão tenha um cunho político, visto que é a "parte" que aparece e rende "méritos" com consequente "vantagens", infelizmente é a cultura vingente em todas as corporações de segurança no Brasil.
Grande abraço
LUIZ EDUARDO ARDIGÓ DA SILVA
MAJ PM