domingo, 14 de abril de 2019

A HIPOCRISIA MIDIÁTICA



Recentemente a grande mídia brasileira repercutiu uma pesquisa do Instituto Datafolha sobre a polícia no Brasil.
Num destes portais, o conhecido G1, diz a manchete “Datafolha aponta que 51% dos brasileiros têm medo da polícia e 47% confiam nos policiais” ( https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/04/11/datafolha-aponta-que-51percent-dos-brasileiros-tem-medo-da-policia-e-47percent-confiam-nos-policiais.ghtml )
Pois bem, é exatamente neste ponto particular que vou apegar-me para comentar sobre uma das perguntas realizada aos pesquisados e ao seu resultado, segundo o mesmo instituto.
É Obvio também que não vou comentar os métodos, nem mesmo as fórmulas científicas aplicadas, pois não é o objetivo e nem tenho conhecimento técnico para tal, vou ser o mais coloquial possível no intuito de comentar e chamar à reflexão para a conclusão do Datafolha neste particular.
A Primeira indagação que se faz é quais motivos de se fazer uma pergunta desta forma:
O instituto perguntou o que os brasileiros sentem em relação à polícia
Têm mais medo que confiança: 51%
Têm mais confiança que medo: 47%
Não sabem: 2%
Como disse não sou técnico no assunto, porém como cidadão indagaria se não seria mais lógico perguntar somente:
Você Confia na Polícia
Sim
Não
Será que o resultado seria o mesmo?
A meu ver há já na pergunta ao pesquisado uma certa indução para se manifestar negativamente, ressaltando o medo da polícia. O pesquisado ao responder, logo lhe vem as imagens daquilo que a mídia reproduz de fatos violentos ocorridos quase que diariamente em grandes centros urbanos, muitas vezes com trágicos resultados, os quais na esmagadora maioria dos casos se deu a centenas e até milhares de quilômetros distantes dele, porém está vivo em sua mente e lhe induz a expor o seu medo provocado pelo que na verdade não deu-se com ele mas com os outros da forma mencionada.
Por outro lado, nestes mesmos casos de violência, há pela mídia uma flagrante preocupação em ressaltar os erros e/ou excessos policiais e não os acertos (que são a esmagadora maioria), auxiliando e induzindo de maneira definitiva o cidadão a fixar em sua mente tais casos de erros e excessos mais do que os acertos devido a espetacularização contidos nas manchetes..
As polícias no cotidiano através de seus profissionais, principalmente a Polícia Militar, que é a Polícia Ostensiva, atendem milhares de casos, dos mais corriqueiros aos mais violentos e complexos, contudo o extrato reproduzido pela mídia, repito, é o desastre, o erro, os excessos.
Notem, muito dificilmente são ressaltados os acertos, os auxílios, as vidas salvas, os socorrimentos de toda a ordem, pois isso quase não “vende” e pouco impressiona, afinal acertar é obrigação, dizem eles.
Incrivelmente não é levado em conta que nos 5.570 municípios Brasileiros e mais o Distrito Federal (e outros milhares de Distritos Municipais) sempre há 24 horas do dia, 07 dias da semana e nos 365 dias do ano um Policia Militar fardado atendendo a população para qualquer chamado, muitas vezes como único representante visível do Estado presente. Este(s) policial(is), não só atendem casos policiais mais, como dito, atende também toda a gama de necessidade da população da localidade. Afinal quem não lembra do número telefônico “190” nos momentos de necessidade?
Neste momento, quando a grande mídia nacional divulga com toda a ênfase possível essa pesquisa do Instituto Datafolha e desta forma, induzindo as pessoas a pensarem que temos a pior polícia do mundo, pois 51% possui medo dela, é necessário chamar à reflexão para ser levado em conta não a frieza da pesquisa, mas sim a realidade dos números, da grandeza do Brasil e do trabalho que desempenha a polícia através de seus policiais (militares e civis, estaduais e federais).
Também para reflexão, gostaria que o mesmo Instituto Datafolha fizesse uma pesquisa junto a população com a seguinte pergunta:
Você confia na mídia brasileira?
Sim
Não
Também não tenho dúvida que levados pelas informações constantes da proliferação das ditas “fake news” (notícias falsas), que a resposta seria da esmagadora maioria que “NÃO” confia, até em números mais expressivos que a mencionada pesquisa do Instituto Datafolha em relação ao medo da polícia.
Então, temos que colocar as “coisas em seus devidos lugares”. A sociedade brasileira de bem não pode se deixar levar pela frieza e maldade de um Instituto que parece desejar desestabilizar a polícia brasileira fazendo-a inimiga da sociedade, instituição (polícia) essa que é formada por brasileiros oriundos da própria sociedade, que tem problemas sim, porém que possui muito mais virtudes que defeitos.
Repúdio, atenção, indignação e reflexão são palavras de ordem necessárias neste momento.
Não é possível aceitar isso calado.
MARLON JORGE TEZA