Iniciando a
presente postagem, gostaria de realizar uma indagação, com posterior reflexão,
aos leitores: você conhece o ”Amarildo do Rio de Janeiro”? Penso que a maioria
dos leitores já ouviu falar ou assistiu pela mídia a narrativa da morte (ou desaparecimento
do mesmo, até porque seu corpo jamais foi encontrado) em uma “comunidade” da
cidade “maravilhosa” do Rio de Janeiro-RJ. Sobre o fato, ainda, só para
relembrar, sem entrar no mérito da questão, vários militares da Polícia Militar
Carioca foram acusados e julgados pelo fato. A mídia deu, na ocasião, e ainda, reserva espaço considerável, para rememorar o caso de tempos em tempos, visando
ressaltar a violência policial, o que está correto.
Agora pergunto: conhecem
“André Luiz Vaz Nonato”? Penso que a esmagadora maioria nunca ouviu falar ou se
interessou em saber quem é. Pois bem, André Luiz Vaz Nonato de 40 anos de
idade, Sargento da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro foi morto no
último dia 05 de maio de 2016 por delinquentes por arma de fogo (tiros) também
numa “comunidade” da cidade do Rio de Janeiro-RJ durante uma atuação policial, ocasião
em que também resultaram feridos outros policiais militares conforme
narrativas em escassos órgãos da mídia local/regional, já que a mídia nacional
não chegou a destacar o caso (http://extra.globo.com/casos-de-policia/policial-do-bope-morre-durante-operacao-no-morro-da-providencia-19242945.html).
Foi realizado as
citações acima para demonstrar como os policiais de maneira geral (em especial
os militares) são desconsiderados por grande parcela da grande mídia e da
sociedade em geral que acabam dando menos importância a morte de policiais,
parecendo ser algo natural e que faz parte do cotidiano da vida em sociedade,
dando ares de verdade de que: policiais “ganham para isso”.
A média de morte
de policiais, como fartamente divulgado, (principalmente Policiais Militares)
em serviço ou em razão dele no Brasil é imensamente maior que na maioria das
nações do mundo, nem por isso se
verifica uma reação das mídias, dos governantes, das demais autoridades
e da própria sociedade. Muitas vezes nem sequer há qualquer referencia a tais
fatos ficando os mesmos no total esquecimento.
Ao contrário, o
que vemos costumeiramente são críticas e menosprezo em relação a esses
profissionais que quando tombam pela sociedade oferecendo sua vida pela dos
outros entram no esquecimento fazendo parte de meros números nas estatísticas. Por outro lado, o que vemos com constância são projetos de lei tramitando aumentando penas e
delimitando cada vez mais as ações típicas de polícia e, o que é pior, vemos cada
vez menos recursos financeiros destinados para que os policiais tenham melhores
condições de trabalho como: formação, equipamentos, treinamentos e salários adequados
para aqueles que, como já mencionado, dão suas vidas pela dos outros.
Aliado a tudo,
ainda, temos o tratamento inadequado aos policiais, especialmente os militares
dos Estados e do Distrito Federal (PM e BM), que dedicam e dedicaram sua vida
por anos a árduo trabalho, com limitações constitucionais de direitos sociais,
dentre outros, além do risco constante da vida. Mesmo assim, os governos insistem
em colocá-los nas mesmas condições dos
demais servidores, com o mesmo tratamento, sem qualquer diferenciação,
principalmente quando passam para a inatividade.
A
falta de reconhecimento de parcela considerável da mídia, das autoridades e da
própria sociedade é tamanha que tudo o que se refere à morte de militares dos
Estados e do DF, sejam eles policiais ou bombeiros, aliados a morte de demais
policiais, cai no esquecimento facilmente, tanto que as famílias mal recebem
suas pensões e não se percebe, por exemplo, os grupos de direitos humanos
preocupados com tais situações, pois esses números (de mortes de policiais),
como acima referido, são meros números estatísticos, só isso.
Em nações de
primeiro mundo, além de haver número baixíssimo de mortes de policiais por uma
série de razões e circunstancias, aqueles que tombaram em nome e em prol da
sociedade recebem, juntamente com as famílias que deixam, tratamento adequado,
com pensões e demais cuidados do Estado para o resto de suas vidas.
Nos Estados
Unidos da América, por exemplo, além do mencionado tratamento adequado, na sua
Capital Washington, há um memorial nacional onde todos os policiais mortos são homenageados
em um lugar especial, onde sua honra é ressaltada, bem como, sua memória é
mantida e seu ato heroico de morte em prol do outros é exaltado.
No Brasil o que
temos?
Respondo: o
esquecimento desses heróis que rotineiramente tombam em prol da sociedade.
A pergunta que
fica é: por que todos conhecem e reconhecem os “Amarildos” e se esquecem dos “Andrés”?
Por quê?
Algo está errado
nisso.
É necessário
mudar isso.
Assim não é
possível continuar.
MARLON JORGE TEZA
Ótima postagem!
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