Ultimamente devido a vários episódios, tanto no nível nacional como no nosso Estado de Santa Catarina, temos visto, geralmente na mídia, uma grande confusão.
Já explico.
Os episódios referidos são de operações policiais, ações policiais de rotina, ações e operações de defesa civil, enfim aquilo que se tem visto recentemente nos jornais escritos e nas “telinhas” (televisão).
O que se vê, frequentemente, são pessoas estranhas a atividade falando como autoridade, dando informações, emitindo opiniões, ditando protocolos e normas, etc.
O que pouco se vê são policiais militares (e bombeiros militares quando é o caso) falando, geralmente vemos estes somente “trabalhando” pesado e no anonimato.
Também é necessário mencionar que estamos nos referindo a episódios relacionados intimamente a Ordem Pública, aquela mesma ordem pública mencionada no Artigo 144 da Constituição Federal que todos conhecemos muito bem. Não podemos nos esquecer, ainda, que a Ordem Pública mencionada realmente é afeta aos órgãos e instituições ali descritos nos seus parágrafos (do 1º ao 5º), contudo, cada um na sua atividade, porém, também é necessário lembrar que em atividade de policia ostensiva somente a Polícia Militar pode atuar na ordem pública ostensivamente (ou mantendo ou restabelecendo quando quebrada).por força de legislação infraconstitucional em vigor.
Todos querem “aparecer” nesses episódios com vestes ostensivas, advindo daí uma confusão visual e operacional que mais atrapalha do que ajuda, deixando o cidadão totalmente confuso e, todos sabemos, que a confusão é um indicador muito pesado para o insucesso.
Se não fosse trágico é até engraçado ver: a Polícia Civil, que tem a missão Constitucional de polícia judiciária e de apuração de infração penal, uniformizada realizando atividade ostensiva; a Polícia Rodoviária Federal, que tem a missão Constitucional de patrulhamento (vejam não policiamento) ostensivo nas rodovias federais, realizar operações de preservação do meio ambiente na mata atlântica ou atuando em auxílio a Polícia Federal no interior do estado em operações contra o narcotráfico; as Guardas Municipais, que não são e nenhuma hipóteses polícia, atuando como tal, copiando as policiais militares inclusive no uniforme, quando é mencionado na Constituição Federal que quando instituída no município poderá, tão somente, proteger seus bens, serviços e instalações, não estando incluído outras ações, muito menos de polícia junto à pessoas.
É oportuno também mencionar as ditas e conhecidas ONGs (muitas delas sérias) que muitas vezes aparecem manifestam-se e depois somem como num passe de mágica após “vender o seu peixe”.
Sabe que realmente é hilariante ver tanta bobagem ser dita de forma eloqüente frente aos microfones e jornalistas. Geralmente essas pessoas, que somente aparecem quando expostas à mídia, não possuem nem conhecimento nem preparo para atuarem nesses episódios.
E as Polícias Militares (incluindo os Bombeiros Militares), onde ficam ? Geralmente, até pela sua formação, deixam que, na maioria das vezes, verdadeiros apedeutas no assunto, mas travestidos de sábios, se manifestem ajudando no imbróglio, confundindo e desorientando as pessoas e até as próprias autoridades.
Pior de tudo isso é que quando o episódio passa a não ser mais notícia, todos saem, permanecendo a Polícia Militar no território, ai sim para resolver todos os problemas deixados e aqueles que por certo ainda virão.
A Polícia Militar tem por força Constitucional que colocar-se no seu lugar, ou seja, no centro das decisões. As autoridades Policiais Militares (e Bombeiros Militares) tem o direito e o dever de manifestarem-se e tomarem decisões que a lei lhes garante e impõe.
As autoridades Governamentais de todos os poderes, em especial do executivo, devem dar espaço a esses profissionais por tudo o que acima foi exposto.
Chega de ouvirmos nestas ocasiões tantas e inúteis bobagens de quem não possui o conhecimento, de quem não está preparado e de quem não tem autoridade para isso.
Se eu estiver errado estou pronto para as críticas.
MARLON JORGE TEZA
Meu caro Coronel Marlon,
ResponderExcluirPerfeitas as suas colocações.
Acredito que algumas instituições cresçam onde outras deixam espaço.
Veja um exemplo simples: desde a Academia somos formados para não dar entrevista sem autorização de um superior.
A quantidade de níveis hierárquicos faz com que iniciativas sejam tolhidas e se percam ao longo da cadeia de comando.
A saída para isso também está na AUTONOMIA para que os oficiais possam implementar suas idéias.
Um grande abraço e parabéns pelo blog.
Marcelo Gomes Silva