Continuando
a postagem realizada no último dia 30 de maio
de 2013 (link: http://marlonteza.blogspot.com.br/2013/05/violencia-e-criminalidade-no-brasil.html
) intitulada: VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE NO BRASIL – PRIMEIRA PARTE, tentarei conclui agora o tema realizando
pequenas considerações sobre “os maiores
óbices e problemas enfrentados pela segurança pública brasileira”.
Sobre
isso vou tecer os comentários a seguir sem querer, no entanto, esgotar o
assunto que é complexo e de difícil resolução.
A
Legislação: A legislação em vigor, aquela que possui inter-relação
com a segurança pública, favorece a impunidade pois, principalmente, impede que
a polícia consiga realizar sua atividade apurativa aliado a elasticidade de
prazos processuais com a possibilidade quase infindável de recurso com
objetivos protelatórios para a aplicação da punição pela justiça. Ela não favorece,
então, nem o procedimento policial nem o procedimento judicial. Tudo isso, como
já mencionado, favorece a impunidade repassando a sociedade a sensação de que a
polícia e a justiça são ineficazes, o que não retrata a realidade.
O
Sistema Prisional/penitenciário: O que se vê, e com
constância, é que o “sistema” não funciona, mas qual ou quais os motivos?. É
evidente que a respeito: 1) há pouco ou quase nenhum investimento por parte do Estado
(União e Estados; 2) Não há carreira definida aos servidores do sistema: 3) não
existem vagas necessárias para os presos temporários, tão pouco as pessoas
condenadas pela justiça, ocasionando excesso de lotação e condições subhumanas
decorrentes propícias a motins e outros; 4) o sistema não reeduca, pois não são
fornecidas pelo estado condições para isso; 5) a sociedade é muitas vezes hipócrita
não colaborando (não faz sua parte) chegando a realizar movimentos locais para
impedir a construções de novos estabelecimentos prisionais em seu território
deixando transparecer que esse não é “problema seu”. Enfim exigem solução do
problema mas não quer, em hipótese alguma participar da construção dessa
resolução (sobre isso já postei: http://marlonteza.blogspot.com.br/2011/07/procura-se-terreno-na-lua.html.
).
A
mídia : Ela é sempre necessária e imprescindível, no entanto
ela deve agir com ética, porém não é o que corriqueiramente ocorre. Constantemente
vemos setores importantes da mídia confundindo as pessoas, e pior, explorando
exageradamente a desgraça humana incentivando mais e mais violência. Observa-se
que invariavelmente o que importa mesmo é vender ficando a ética em segundo
plano, desviando assim a atenção da sociedade para “focos secundários” da vida
cotidiana. Outro fator muito importante e constante no meio midiático é a
ridicularização das forças policiais, sempre colocando em dúvida a sua ação,
mesmo que proporcional e legal, com posturas muito diferentes daquelas coladas
em prática em nações ditas de primeiro mundo. Isso tem que mudar.
Os
Pseudos Especialistas: São uma espécie de “praga” que se
multiplicam aos montes a cada pequena crise na segurança pública. Eles aparecem
do nada e incrivelmente ganham espaço nos meios de comunicação e geralmente sem
qualquer formação e pouco conhecimento confundindo a sociedade e até mesmo
autoridades. Eles desejam a mídia a todo custo vendendo soluções mágicas e sem
fundamento científico, repito, confundindo a opinião pública, fazendo-a perder
tempo e desviar o foco real das questões centrais da segurança pública,
contribuindo com isso para a confusão e o caos.
Os
Modismos: O perfil do marginal/criminoso da média e
microcriminalidade no Brasil é de muita ignorância e pouca instrução o que o
leva a ter pouca imaginação o que os levam a copiar ações criminosas que
ocorrem em outras regiões que não a sua, levando-os a reproduzi-las
dificultando a ação da polícia e da própria sociedade. Esses
marginais/criminosos (com esse perfil) não admitem trabalhar, eles não entendem
e não admitem trabalhar um mês todo, como todos os demais trabalhadores, para
receber, um baixo salário, porém condizente com sua condição, motivo pela qual preferem
delinquir para proverem seu sustento e suas vontades. Enfim ele é cada vez mais
é marginalizado e criminoso por se achar marginalizado e a moda é delinquir,
triste realidade.
A
vigilância privada: Sim a vigilância privada é um problema
para a segurança pública, pois é um negócio extremamente lucrativo na medida em
que a afirmação de “quanto pior melhor” (a segurança pública) se concretiza.
Ressalvada as exceções, usam inclusive a mídia para, de certa forma, pregar o
pânico nas pessoas para mais imediatamente procura-las e contrata-las, isso é
ruim para a sociedade que acaba ficando desnorteada e confiando cada vez menos
na segurança pública oficial. Outro fator preocupante é esse “exercito” de
pessoas a serviço da segurança privada muitas vezes sem controle que podem, e
muitas vezes o são, ser cooptados pelo crime para trabalharem à seu favor, isso
é extremamente perigoso e preocupante.
O
uso politiqueiro do tema segurança pública: As campanhas
políticas em todos os níveis: nacional, estaduais e municipais, são recheadas
de demonstrações oportunistas no que se refere a segurança pública. Promessas
são realizadas e soluções são apresentadas (a respeito já postei no link: http://marlonteza.blogspot.com.br/2012/07/alerta-cuidado-com-as-promessas-de.html
), porém sem qualquer resultado prático. Elas, as soluções apresentadas em
segurança pública, são quase todas para o curto prazo, ou seja para dois ou três
anos no máximo, visando obviamente colher votos para o próximo pleito
eleitoral, e quem conhece do tema sabe que num prazo tão pequeno pouco ou quase
nada se modifica em tão pouco tempo, sendo então a sociedade (os eleitores)
induzidos ao erro em acreditar nas ditas promessas politiqueiras.
As
drogas ilícitas: Aqui está um dos grandes indutores da
violência e criminalidade. Se há uma guerra (como alguns dizem) ela está
perdida, pois o “Estado” não consegue através da segurança pública dar a
resposta adequada no sentido de ver o tema resolvido. Na verdade isso deveria
ser tratado como “saúde”, como ocorre em relação as bebidas alcoólicas ou mesmo
o tabaco (cigarro) no Brasil e em outros países. O futuro, podem apostar, será
construir medidas neste sentido. A polícia não possui mais condições de tratar
sozinha disso se não forem apresentadas outras saídas a médio e longo prazo. A descriminalização
deve estar na pauta dos debates no sentido de, a todo custo, tentar eliminar o
tráfico (que na verdade é o causador maior da criminalidade e da violência) é a
saída podem apostar, afinal com o álcool e o tabaco não está funcionando assim
? ( Sobre isso já me manifestei http://marlonteza.blogspot.com.br/2011/07/da-noruega-amy-winehouse-violencia-e.html
e
http://marlonteza.blogspot.com.br/2013/01/trafico-de-drogas-e-sua-volencia-o.html
)
Na
verdade o assunto é polêmico e ninguém por certo terá (eu não tenho) a pretensão
de esgotá-lo como já anteriormente mencionado, ao contrário a intenção é chamar
à reflexão do leitor no sentido de não se deixar levar pelo discurso fácil e
ineficaz daqueles que não querem ver o problema da segurança pública resolvido
e/ou minimizado mas se beneficiar disso.
Espero
que os leitores de meu blog realizem a reflexão proposta, como foi o caso da
minha manifestação ao grupo mencionado na postagem VIOLÊNCIA E CRMINALIDADE NO
BRASIL – PRIMEIRA PARTE, e repito: o assunto de forma alguma está esgotado.
Até a próxima
MARLON JORGE TEZA
Bom dia, Coronel Marlon.
ResponderExcluirNo programa da semana passada do Pedro Bial, que tratou sobre drogas, dois especialistas em segurança deram suas contribuições e achei muito "instrutivo" quando um deles afirmou que o combate às drogas/tráfico, em vez de proteger a vida humana, acaba causando mais mortes entre policiais e "inocentes", do que fazendo sua função.