segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

DICAS DE COMO CRIAR UM MOTIM E/OU REVOLTA DE MILITARES ESTADUAIS


Após refletir muito julguei interessante escrever mais algumas linhas a respeito da última postagem de meu blog, denominada: MOVIMENTO DE MILITARES ESTADUAIS -X- GOVERNOS ESTADUAIS, até porque o assunto não está resolvido em alguns Estados brasileiros, ao contrário longe disso. O tema é pauta nessas Unidades da Federação e por certo, se não houver sensibilidade dos gestores públicos destes Estados em negociar através do diálogo, provendo seus militares de condições dignas de trabalho e salariais, novos problemas infelizmente acabarão por ocorrer.
Já mencionei em outras oportunidades que o militar por força Constitucional, quando ingressa na carreira acaba por abrir mão de alguns direitos extensivos aos civis em geral, como, aliás, ocorre com instituições militares de todo o mundo, sejam elas policias ou não. Contudo esses, direitos não extensivos aos militares (como é o caso da sindicalização e a greve), devem ser recompensados por outros direitos e prerrogativas, expressos em salários dignos, condições de trabalho, previdência especial, dentre outros.
O problema é que isso muitas vezes não ocorre, e aí temos presente sérios problemas com graves consequências para todos, inclusive a sociedade civil.
A esse respeito recebi de um Oficial, meu conhecido (que por razões pessoas não deseja ser identificado), um texto mencionando qual a receita exata para que um Governo tenha em seu Estado o motim e/ou revolta de seus militares, texto esse que realiza um paralelo com uma receita culinária, que abaixo tentarei reproduzir.
Disse-me ele “RECEITA DE COMO CRIAR UM MOTIM E/OU REVOLTA DE MILITARES ESTADUAIS” (da coleção "Culinária em Segurança Pública")
Ingredientes: Desprezo, Promessa, Boato, e Desgaste.
1. Despeje muitos litros de desprezo sobre os militares incluindo Oficiais e Praças, principalmente sobre suas reivindicações de melhores condições de trabalho e salário. Leve-os ao congelador por alguns meses. Não, não. Por alguns anos não é necessário.
2. Se o freezer começar a fazer um barulho estranho, é hora de descongelar.  Retire os militares, descongelando-a à sombra, de preferência na penumbra, por mais algum tempo, podendo chegar a meses. Adicione promessas muito vagas de abono salarial, invente um vale-alguma-coisa-pra-não-sei-quando. Tempere com uma planilha com um cronograma de várias laudas. Adoce com uma comissão para avaliar o impacto na folha de pagamento e divulgue que não há orçamento para isso e ainda que a lei de responsabilidade fiscal não permite (Dica: só use integrantes do quarto ou quinto escalão, ou seja aqueles que nada podem decidir).
3. Leve ao forno, e para não se queimar, deixe que os outros se queimem por você. O famoso “banho maria” desgastará as relações entre comandantes e comandados, mas você perceberá que, quanto mais tempo em “banho maria”, maior e "melhor" será a seu motim e/ou revolta. Desgaste bastante os níveis hierárquicos. Seja hábil em desunir não só oficiais e praças das Instituições Militares Estaduais (PM e BM), mas também, policiais civis.
4. Quando você menos perceber, a base irá se insurgir e seu motim e/ou revolta estará pronto. Mas, atenção! Cuidado com a temperatura: desligue imediatamente o forno e faça alguma coisa. Geralmente, uma parcela dos militares ficarão tão irritados com o cozido que, literalmente, irá passar do ponto.
Resultado para o Gestor Público: Dificilmente se reelegerá.
Resultado para as Instituições Militares: Uma ferida que demorará muito tempo para cicatrizar

Viram como é fácil evitar esses motins e/ou revoltas é só fazer exatamente ao contrário da recita explosiva acima mencionada.
Isso serve não só para o caso brasileiro, mas sim para as Instituições militares, em especial as policiais militares (que são muitas, algumas delas: Carabinieri-Itália; Guadia Civil- Espanha; Gendarmerie Nationale-França; Guarda Nacional Republicana-Portugal; Polícia Nacional-Colombia; Carabinero-Chile; Gendarmerie Genovoise- Suíça; Konin Klijk Marechausée-Holanda; Gendarmeria Nacional-Argentina; Police Montée Canadienne-Canadá), de qualquer parte do planeta.
A mensagem que fica é que o diálogo deve imperar em ambos os lados, só assim é possível a construção de relações francas e legítimas que por certo evitarão a explosão de crises como as que recentemente verificamos.
A teimosia não deve ter espaço.
O caminho é esse, não há outro.  O resultado: todos saem ganhando – O GOVERNO – OS MILITARES – A SOCIEDADE.
Um grande e fraternal abraço a todos.

MARLON JORGE TEZA

Um comentário:

  1. Nossa, a cada linha que eu lia, me pareceu tudo muito familiar. Acho que a turma já conhece essa receita há anos e continua a aplicá-la perfeitamente!

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