quinta-feira, 13 de junho de 2013

COPA DO MUNDO 2014 - LEGADO NEGATIVO PARA SEGURANÇA PÚBLICA BRASILEIRA

Inicialmente gostaria de justificar que não esqueci de postar a segunda parte do tema: VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE NO BRASIL, objeto da última postagem do meu blog (http://www.marlonteza.blogspot.com.br/2013/05/violencia-e-criminalidade-no-brasil.html ), pois será realizado posteriormente.
Hoje, porém, a postagem será em torno do legado ou “legado negativo” que a copa do mundo de 2014 deixará para a segurança pública brasileira quando “a FIFA se for”.
Já realizei postagens neste blog sobre a copa do mundo (http://marlonteza.blogspot.com.br/2011/09/fifa-e-lei-geral-da-copa-de-2014.html)   - (http://www.marlonteza.blogspot.com.br/2012/10/seguranca-da-copa-desrespeito-com.html) onde procurei retratar alguns problemas que poderão  advir pela falta de observância de pontos básicos, em se tratando de segurança pública, por ocasião da copa do mundo e suas consequências num futuro bem próximo, quando “a FIFA se for” levando seus milhões de dólares “americanos” na mala.
Pois bem, qualquer cidadão brasileiro ao observar os estádios (ou arenas como preferem chamar) construídos no padrão exigido pela poderosa FIFA chega a conclusão que estes obedecem um padrão que, com certeza, não se coadunam com a cultura brasileira de “torcidas nos estádios”.  Eles foram concebidos para um padrão de torcedor completamente diferente além de haver por ocasião de copa do mundo o sentimento patriótico nos torcedores e não a paixão total pelo seu clube os quais, ainda, são diferenciados pelas tais torcidas organizadas (ou desorganizadas não sei ainda) que, muitas vezes, pugnam pelo confronto, pelo desafio a ordem e mais uma gama de desordens registradas a todo momento pela mídia.
Além da concepção física dos estádios padrão FIFA, onde não existe barreira alguma entre o público e o gramado (cerca, fosso, etc) a FIFA contrata seguranças privados conhecidos como os STEWARD – seguranças ou vigilantes internos nos estádios de futebol, contando com cerca de mil a mil e quinhentos deles por jogo, evitando que a polícia ostensiva não permaneça visível ao espectador tanto os presentes no local quanto aqueles que assistem o jogo pela televisão.
Sem contar o aspecto legal, pois a lei geral da copa, aprovada pelo legislativo brasileiro, não  alterou o Estatuto do torcedor o qual trata, dentre outros, da segurança dos eventos desportivos no território brasileiro, prevendo que a segurança desses deve ser pública, há de ser observado na prática o que isso tudo trará de problemas, ou “legado negativo” na segurança pública dos estádios, repito, quando “a FIFA se for”.
Já imaginaram um clássico entre equipes de futebol locais se enfrentando num estádios “padrão FIFA”, onde os clubes mandantes dos jogos não possuem recursos financeiros para contratação dos “stewards” e nem adotarão as providencias que a FIFA adotará por ter grandes recursos para isso. Isso tudo aliado, como já mencionado, que a presença do público será majoritariamente diferente daquele da copa do mundo sendo composto pelas tais “torcidas organizadas”.
O que acontecerá nesses estádios?
Ao meu ver aí está o LEGADO NEGATIVO da copa do mundo de 2014 para o Brasil.
Quando a FIFA se for do nosso país, levando consigo seus stewards e os milhões, para quem “sobrará” as consequências em relação a segurança nesses estádios?
Afirmo sem medo de errar: sobrará para a Polícia Militar, o “bombril” da sociedade pois possui mil e uma utilidades (como se diz vulgarmente|: é pau para toda a obra), é evidente.
O que se espera é que as Polícias Militares Brasileiras, principalmente nos estados que possuem sedes da copa do mundo de 2014, reajam e demonstrem aos organizadores da festa (copa do mundo no Brasil) o que será necessário para que a instituição consiga preservar a ordem nos estádios quando “a FIFA se for”.
         Para finalizar parece que a preocupação procede, tanto que na ultima reunião do CONASP/MJ-Conselho nacional de Segurança Pública (dia 07 de junho 2013) a qual participei como conselheiro em exposição de José Monteiro, Diretor de Operações da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos – SESGES, ao ser por mim indagado a respeito do legado negativo, ele com muita propriedade disse que eu estava correto em ter esta preocupação, pois a referida secretaria já estava preocupada com isso, porém ainda não havia adotado nenhuma medida a respeito.
Isso confirma a frase: PARA QUEM SOBRARÁ?


MARLON JORGE TEZA