Inicialmente
gostaria de justificar que não esqueci de postar a segunda parte do tema:
VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE NO BRASIL, objeto da última postagem do meu blog (http://www.marlonteza.blogspot.com.br/2013/05/violencia-e-criminalidade-no-brasil.html
), pois será realizado posteriormente.
Hoje,
porém, a postagem será em torno do legado ou “legado negativo” que a copa do
mundo de 2014 deixará para a segurança pública brasileira quando “a FIFA se for”.
Já
realizei postagens neste blog sobre a copa do mundo (http://marlonteza.blogspot.com.br/2011/09/fifa-e-lei-geral-da-copa-de-2014.html)
- (http://www.marlonteza.blogspot.com.br/2012/10/seguranca-da-copa-desrespeito-com.html)
onde procurei retratar alguns problemas que poderão advir pela falta de observância de pontos
básicos, em se tratando de segurança pública, por ocasião da copa do mundo e
suas consequências num futuro bem próximo, quando “a FIFA se for” levando seus
milhões de dólares “americanos” na mala.
Pois
bem, qualquer cidadão brasileiro ao observar os estádios (ou arenas como
preferem chamar) construídos no padrão exigido pela poderosa FIFA chega a
conclusão que estes obedecem um padrão que, com certeza, não se coadunam com a
cultura brasileira de “torcidas nos estádios”.
Eles foram concebidos para um padrão de torcedor completamente diferente
além de haver por ocasião de copa do mundo o sentimento patriótico nos
torcedores e não a paixão total pelo seu clube os quais, ainda, são
diferenciados pelas tais torcidas organizadas (ou desorganizadas não sei ainda)
que, muitas vezes, pugnam pelo confronto, pelo desafio a ordem e mais uma gama
de desordens registradas a todo momento pela mídia.
Além
da concepção física dos estádios padrão FIFA, onde não existe barreira alguma
entre o público e o gramado (cerca, fosso, etc) a FIFA contrata seguranças
privados conhecidos como os STEWARD – seguranças ou vigilantes internos nos
estádios de futebol, contando com cerca de mil a mil e quinhentos deles por
jogo, evitando que a polícia ostensiva não permaneça visível ao espectador
tanto os presentes no local quanto aqueles que assistem o jogo pela televisão.
Sem
contar o aspecto legal, pois a lei geral da copa, aprovada pelo legislativo brasileiro,
não alterou o Estatuto do torcedor o
qual trata, dentre outros, da segurança dos eventos desportivos no território
brasileiro, prevendo que a segurança desses deve ser pública, há de ser
observado na prática o que isso tudo trará de problemas, ou “legado negativo” na
segurança pública dos estádios, repito, quando “a FIFA se for”.
Já
imaginaram um clássico entre equipes de futebol locais se enfrentando num
estádios “padrão FIFA”, onde os clubes mandantes dos jogos não possuem recursos
financeiros para contratação dos “stewards” e nem adotarão as providencias que
a FIFA adotará por ter grandes recursos para isso. Isso tudo aliado, como já
mencionado, que a presença do público será majoritariamente diferente daquele
da copa do mundo sendo composto pelas tais “torcidas organizadas”.
O
que acontecerá nesses estádios?
Ao
meu ver aí está o LEGADO NEGATIVO da copa do mundo de 2014 para o Brasil.
Quando
a FIFA se for do nosso país, levando consigo seus stewards e os milhões, para
quem “sobrará” as consequências em relação a segurança nesses estádios?
Afirmo
sem medo de errar: sobrará para a Polícia Militar, o “bombril” da sociedade pois
possui mil e uma utilidades (como se diz vulgarmente|: é pau para toda a obra),
é evidente.
O
que se espera é que as Polícias Militares Brasileiras, principalmente nos
estados que possuem sedes da copa do mundo de 2014, reajam e demonstrem aos
organizadores da festa (copa do mundo no Brasil) o que será necessário para que
a instituição consiga preservar a ordem nos estádios quando “a FIFA se for”.
Para finalizar parece que a preocupação procede, tanto que na
ultima reunião do CONASP/MJ-Conselho nacional de Segurança Pública (dia 07 de junho
2013) a qual participei como conselheiro em exposição de José Monteiro, Diretor
de Operações da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos –
SESGES, ao ser por mim indagado a respeito do legado negativo, ele com muita propriedade
disse que eu estava correto em ter esta preocupação, pois a referida secretaria
já estava preocupada com isso, porém ainda não havia adotado nenhuma medida a
respeito.
Isso
confirma a frase: PARA QUEM SOBRARÁ?
MARLON JORGE TEZA