terça-feira, 22 de maio de 2012

O BOMBRIL DA SOCIEDADE


Há alguns anos atrás, mais precisamente em 1997, elaborei um modesto texto sobre as atividades cotidianas realizadas pela Polícia Militar denominado “O BOMBRIL DA SOCIEDADE”. O texto foi elaborado num daqueles dias em que eu servia numa Unidade Operacional e observei que os policiais militares são chamados por toda sociedade para atender toda e qualquer demanda e após de “resolver” o problema acabam sem o devido reconhecimento, e mais, muitas vezes são criticados sob a pecha de não ter atendido plenamente aquilo que o “solicitante” esperava.
O texto que me refiro (abaixo transcrito) serve para reflexão de todos: policiais, autoridade e, principalmente, a sociedade, sobre o que faz no dia a dia a instituição Polícia Militar através de seus integrantes: o policial militar.
Contudo, os leitores devem estar se perguntando: Mas por que somente agora estou postando o tal texto em meu blog?
Ocorre que no domingo que passou (dia 20/06) acompanhando os lances futebolísticos do Campeonato Brasileiro que se iniciava, em uma determinada partida assisti, pela televisão, uma cena muito triste, porém cotidiana nos campos de futebol pelo Brasil afora. Um determinado técnico, ou treinador com queiram, esbravejando discutiu com o árbitro e acabou por ele expulso. No calor dos acontecimentos por óbvio o referido treinador resistiu àquela ordem e o árbitro (demonstrando soberba autoridade) incontinente chamou a Polícia Militar para cumprir sua “ordem“, e pior, o policial militar acabou por cumpri-la e o técnico se retirou.
Qual crime ou contravenção estava presente? Havia quebra da ordem pública presente? Ao meu ver não havia. Estava presente tão somente uma quebra da regra do futebol, então que tem que cumpri-la é o árbitro seus auxiliares e membros da federação e não a Polícia Militar. Bem, poderá haver a pergunta: e se o técnico expulso não sair? Aí o árbitro e seus auxiliares tomam outra providencia que o regulamento da competição determinar, mas jamais poderá fazê-lo com a Polícia Militar. Aliás, sem querer entrar no mérito da questão com profundidade, a Polícia Militar quando está num estádio de futebol, ali está para realizar a Polícia Ostensiva e a Preservação da Ordem Pública com atos preventivos, porém se não restar materializada a quebra da ordem não há como exigir postura repressiva da Instituição.
Foi deprimente verificar policiais militares executando as ordens de um árbitro de futebol que não possui e nunca possuirá autoridade para tal.
Na verdade o que ocorreu, repito, é a utilização da instituição policial militar objetivando garantir a continuação de uma partida de futebol. Funcionou então mais uma vez a Polícia Militar como BOMBRIL, ou seja. possui mil e uma utilidade.
Infelizmente ainda temos um longo caminho a percorrer para que tenhamos uma mudança de comportamento. Tanto da Polícia Militar quanto da sociedade em geral.

Acompanhe o texto abaixo e reflita:

O BOMBRIL DA SOCIEDADE

         De quem queremos falar quando nos referimos a “bombril”, óbviamente não é sobre a palha de aço utilizadas nas lidas domésticas, mas sim de Polícia Militar, isso mesmo, de Polícia Militar.
                  Certa vez a revista VEJA fez um breve comentário a respeito, e agora, quando alguns setores da sociedade criticam, e só criticam, algumas ações da Polícia Militar, achamos oportuno discorrer sobre o título apresentado.
         Esses setores da sociedade, da qual também fazemos parte, geralmente somente observam os aspectos puramente negativos que qualquer Instituição possui, ignorando o que a Instituição Policial Militar representa no contexto, não só local, mas regional, Estadual e Nacional. O que queremos concretamente expressar é que hoje através do telefone  190, ou mesmo pessoalmente, policiais militares atendem diuturnamente toda e qualquer necessidade de socorrimento bem como outras necessidades do cotidiano do cidadão ou entidades, desde uma simples briga de casais, de transporte de pessoas doentes e/ou feridas, de auxílio a parturientes, de salvamento de pessoas, de incêndios em edificações, de roubos, de acidentes de trânsito, de atentado contra o meio ambiente, de apoio a outros órgãos públicos, de guarda de pessoas legalmente presas, de policiamento preventivo em espetáculos de lazer ou esportivos, de palestras em estabelecimentos públicos ou privados, até qualquer fato em que num primeiro momento exija a presença de um representante do Estado legal para o encaminhamento inicial do problema em que o cidadão se deparou.
         Isso é ter “mil e uma” utilidades”, ou seja, ser “BOMBRIL” como diz a tradicional publicidade da conhecida e já mencionada palha de aço.
         Não queremos, porém, ocupar este espaço para dizer que as Polícias Militares no Brasil não devam prestar os  serviços mencionados, ao contrário, queremos sim chamar a atenção de todos para refletirem e quiçá concluirem se a sociedade seria hoje sociedade organizada, ou mesmo se funcionaria adequadamente sem a presença e atuação diuturna dos policiais militares junto a essa.
         Talvez não existissem: espetáculos esportivos ou de lazer; talvez outros órgãos públicos não conseguissem realizar seu trabalho; talvez os veículos não pudessem circular nas vias públicas; talvez as pessoas não tivessem festas ou áreas de lazer; talvez os criminosos presos estivessem soltos nas ruas praticando mais crimes; talvez a Justiça não conseguisse fazer Justiça; talvez os Governos, em todos os níveis, não conseguissem governar; talvez as leis, nenhuma delas, fossem respeitadas; talvez pessoas não fossem salvas a tempo; talvez pessoas doentes ou feridas não conseguissem chegar aos estabelecimentos de saúde; talvez o meio ambiente não fosse protegido; talvez os cidadãos tivessem seus direitos tolhidos; e com certeza, as cidades seriam mais violentas e as pessoas teriam pior qualidade de vida.
         Só clamamos reflexão de todos, e “talvez” um pouco mais de reconhecimento. 
        
                                               MARLON JORGE TEZA

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