domingo, 20 de novembro de 2011

TRÁFICO DE DROGAS E HIPOCRISIA

Temos acompanhado através da mídia, ou mesmo pessoalmente nas conversas em “rodas” de amigos, a violência e a criminalidade que é impulsionada pelo tráfico de drogas. Gira em torno desse tráfico de drogas uma série de outros ilícitos, destacando-se os penais (contravenções penais e crimes).
O tráfico de drogas ao se instalar nas comunidades, a exemplo do recente episódio na conhecida “favela da Rocinha”, vai muito  mais além, pois acaba por substituir até o estado (União, Estados e Municípios), fazendo que esse (as vezes confortavelmente) tenha uma atitude passiva dando a impressão à população de que tudo está “bem” já que ela, a sociedade, acaba por colaborar com isso, até porque não tem para onde “correr”.
Diante disso, a proposta dessa postagem é uma só, qual seja, a de esclarecer e chamar a tenção do leitor para o fato de que só há o criminoso tráfico de drogas, com todas as suas mazelas, em decorrência da existência do viciado comprador (ou usuário de drogas como alguns preferem). Ele ao dirigir-se aos locais de venda ilícita de drogas, (locais muitas vezes insalubres, etc) e adquirir o “produto” para sustentar seu vício, acaba por ser o motor, a mola propulsora de toda uma cadeia ilegal que acaba desgraçando a sociedade, incluindo ele mesmo.
Devemos ter em mente que o traficante passeia nessas comunidades ilegalmente armados, impondo o medo e as suas regras, justamente pelo fato de ter dinheiro, muito dinheiro, gerado pela venda de drogas ao já referido viciado impulsionando uma demanda que aumenta freneticamente a cada dia.
Afinal quem compra drogas e alimenta o tráfico ?
Para tentar responder a pergunta devemos fazer um retrato de quem é o viciado comprador. Na esmagadora das vezes este indivíduo é da chamada elite, pois possui dinheiro, emprego, família, posição na sociedade, dentre outros. Esse comprador de drogas muitas vezes é aquele que, hipocritamente, passa o dia criticando tudo e todos pelo crescimento da violência e da criminalidade, porém ele é o alimentador, como anteriormente mencionado, de toda essa violência e criminalidade que gira em torno do tráfico de drogas. Pior de tudo é que hipócritas compradores de droga, os quais se ocultam nas madrugadas das vielas das comunidades (bocas do tráfico), ou atrás de um telefone realizando chamadas através do popular e ilegal “disque drogas”, aguardando a droga para consumi-la na sua confortável casa, devido sua profissão ou posição acabam criticando a polícia e demais órgãos de segurança pelo “crescimento” da violência da criminalidade.
Não é o propósito, mas se realizarmos uma análise mais profunda acabaremos por concluir que o grande comprador de drogas, que alimenta tudo isso, geralmente não é membro da comunidade onde a droga é vendida, são sim esses hipócritas críticos e reclamadores da criminalidade e da violência que acabam remetendo a culpa à polícia quando eles são os maiores culpados. Eles não possuem a noção (ou até quem sabe possuem)  de que uma “trouxinha” de cocaína compra um cartucho de fuzil e várias delas compram um fuzil, e por aí vai.
Esses hipócritas viciados da elite, que são a maioria e estão no seio da sociedade, são aqueles que além de criticar desejam que os profissionais de segurança, principalmente da polícia ostensiva de rua (Polícia Militar) tenham pouca instrução, tenham baixos salário, logística deficitária e outras deficiências mais, justamente porque desejam, se flagrados no seu ilícito vício, a possibilidade de “corromper” a polícia e sairem ilesos. Ainda bem que isso está mudando, num processo lento, mas está mudando. Os episódio recentes do Rio de Janeiro da comunidade da Rocinha e outros menos famosos pelo Brasil afora, tem demonstrado isso.
A mensagem que fica é: Hipócritas, vocês alimentam o crescimento da violência e da criminalidade e se cuidem pois a sociedade está alerta e mudando.
Chega de hipocrisia, chega de criticar só a polícia, por favor.
Muita paz a todos.
MARLON JORGE TEZA

Dicionário:
Hipocrisia - Manifestação de fingidas; fingimento, falsidade.


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

EX-PM É "EX", NÃO É MAIS

Como todos os leitores deste blog sabem sou Policial Militar no posto de Coronel PM, hoje na reserva remunerada, mas pertencente aos quadros da reserva remunerada da Polícia Militar como define a Constituição Federal (art. 42 combinado com 142 § 2° e 3°), o estatuto dos Militares Estaduais e a Lei de Organização Básica da PM.
Diante disso, ao longo do tempo (mais de 35 anos) tenho lido, ouvido e assistido a mídia quase sempre dizer e enfatizar: “um dos envolvidos é EX-PM” pretendendo, muitas vezes, deixar subentendido uma severa crítica à própria instituição Policial Militar.
Ainda nesta semana houve, no Rio de Janeiro, a prisão de um procurado e perigoso traficante por parte de policiais militares, sendo constatado que três policiais (policiais civis mencionados somente como policiais) e mais dois “PMs”, sendo um “EX-PM” e outro PM reformado que estariam escoltando a fuga do bandido. Ora porque mencionar o tal “EX-PM” como PM, não estaria aí presente a mensagem subliminar de que a instituição é composta na maioria por maus policiais militares.  Isso tem que mudar.
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/expm-preso-por-ajudar-na-fuga-de-bandidos-atuava-no-trafico-havia-5-anos/n1597363961911.html
Ainda sobre o “título” de “EX-PM”, os leitores desta postagem devem levar em conta de que se é “EX” é porque não mais pertence a instituição militar estadual, e ainda, geralmente por ter sido “expulso” dela por conduta incompatível com a profissão.
O “EX–PM” deveria, então soar como um elogio institucional, pois a instituição policial militar providenciou para que ele se tornasse em um “EX”, como ocorre, aliás, a todas as instituições policiais do mundo, sejam elas de investidura militar ou não.
A mensagem que fica é de que quando ouvimos, assistimos ou lemos (aquilo que a mídia produz), mesmo que estejam ali contidas mensagens subliminares maldosas e depreciativas, mencionando os “EX-PMs”, devemos ter o cuidado e atenção necessária para não confundir estes “EX” dos Policiais Militares reais e em atividade que, muitas vezes sem as condições de trabalho ideais, diuturnamente labutam em prol da sociedade.
Se é “EX” é porque não é mais, já foi e por algum motivo foi institucionalmente “extirpado” da Polícia Militar.
Um fraterno abraço a todos, por hoje é só.
Só mais uma coisinha, antes de criticar esta postagem pense, reflita, pois isso serve para manter o nível do debate.
MARLON JORGE TEZA